05 janeiro 2012

O início de um grande sucesso!

Natural de Belo Horizonte (MG), Patrícia Maranhão percebeu o seu interesse e aptidão para a moda ainda na infância. Oriunda de uma família de arquitetos e artistas plásticos, relembra que na adolescência sempre se destacava pelo visual diante as suas colegas. "Não só pelo jeito que me vestia, mas também no modo ousado e diferenciado que usava os meus acessórios e isso foi crescendo com o decorrer do tempo", recorda.

Nos anos 80, perante as várias possibilidades, definiu que seguiria na confecção. "Como não tinha nenhum vestígio da indústria da moda dentro da minha família e nem dentro dos meus círculos de amizade, fui buscar as oportunidades". Seu primeiro emprego foi na área de jóias, criando peças para clientes exclusivos. Inquieta, com o tempo sentiu a necessidade de lidar com algo mais dinâmico e que seguisse mais a linha de seus interesses. "Têm pessoas que falam que eu sou uma pororoca criativa, que está sempre inventando", diverte-se.

Em 84, surgiu a possibilidade inesperada de atuar dentro de umas das fábricas de bolsas e calçados de sua região. "Naquele momento disse comigo mesma, 'tô chegando perto da confecção'. Na fábrica, inserida na linha de produção, pensei: 'eu entendo isso aqui. Isso aqui é a minha praia". E da praia a qual se refere não saiu mais. Numa reflexão, Patrícia indica: "Ás vezes me perguntava se me arrependi de não mexer com roupas, mas hoje vejo que o importante mesmo é a realização e que fiz a escolha certa".

A MARCA:
Em 87, Patrícia Maranhão lançou a sua própria marca em Belo Horizonte. "Precisava de uma coisa minha. Tinha ideias e queria colocá-las no mercado", aponta a designer que explorou sua marca por dez anos. Neste período, Patrícia criou coleções que se tornaram referência no mundo da moda, alcançando todo o país e também a Europa.

Depois, entrou num período de "reciclagem". "Ao mesmo tempo em que a moda mineira deu uma caída e a indústria de calçados saiu de Minas, senti necessidade de me renovar. Em 2001, vim para o Sul e me encantei com o Vale dos Sinos, pois encontrei uma estrutura indiscutível e maravilhosa para um designer de calçados. Montei escritório em Novo Hamburgo que acabou virando um birô de estilo, pois descobri que tinha uma grande visão e habilidade em saber localizar as marcas competitivamente no mercado, e decidi que iria trabalhar para várias delas em vários segmentos", acrescenta.
ESTILOS & INSPIRAÇÕES:
Atenta aos detalhes, a designer gosta de tudo que provoque uma reação. "Pode ser algo simples ou alguma coisa limpa e básica, mas a peça tem que oferecer um algo mais, tem que ser um objeto de desejo. Procuro isso e transmito para o público", analisa. Revela ainda que curte o trabalho em estampa, ama os temas que remetam a natureza e aos animais. "Minhas inspirações são trabalhadas em cima das minhas escolhas e gostos pessoais, no que acredito. Talvez, por isso, aparecem muitos cachorros, gatos. Gosto desses animais domésticos", completa.

Patrícia também gosta da mistura harmônica entre formas, cores e figuras, não necessariamente certinhas, geométricas. "Penso que o grande diferencial do meu trabalho é toda essa parte de programação visual, da atenção aos detalhes. Dentro da sua trajetória o que mais lhe encanta é o reconhecimento por algumas características próprias. "É quando olham para um trabalho meu e logo dizem: isso aqui é da Patrícia, pois essa é a grande vitória de um designer".
FUTURO:
Com relação aos seus planos e metas para o futuro, Patrícia quer ampliar a sua linha de trabalho e projeta atuar na indústria moveleira. "Não quero mais ficar focada somente em sapatos e bolsas". No seu birô, onde conta com o empenho de outros seis designers, ela já está fazendo um trabalho mais amplo de designer, criando quadros voltados para a estamparia, não como artista plástica, mas sim com artista gráfica. "Na verdade, estou experimentando e me dei este tempo, de querer realizar coisas ousadas, novas, de fazer aquilo que eu gosto".

Como designer ela também já foi responsável por várias lojas, mas depois que saiu de Belo Horizonte, repassou para seus clientes. "Hoje, realizo-me através dos meus clientes, que são pessoas na verdade que acabo tendo uma afinidade muito grande e que me dão toda a realização que quero. A contabilidade, a parte financeira, tô fora", brinca.

Casada e mãe de dois filhos, ela observa com orgulho um deles trilhar o seu caminho na profissão, ao cursar a faculdade de Estilo na Unisinos. "Ele é grafiteiro e desenvolve um trabalho bacana.
Provavelmente está surgindo um designer por aí, mas que percorrerá seus próprios caminhos e ideias. Quero que ele curta a profissão e siga seus instintos", expõe.



Nenhum comentário:

Postar um comentário